18 de agosto de 2017

Náufrago

Segundo o Dicionário Aurélio: Indivíduo que sofreu naufrágio; Infeliz, decadente, arruinado; Que naufragou.

Hoje me dei conta de como o mundo destrói a sua auto-estima, como as exigências de trabalho para que você seja uma pessoa de aparência mais “clássica” e bonita te desconstroem aos poucos, como comentários negativos vindos de pessoas pelas quais você se importa podem te levar ao chão em poucos segundos e principalmente me dei conta de que elevar esse estado é mais difícil do que parece. Não adianta você mudar por fora, não adianta maquiagem, cabeleireiro, manicure, esteticista ou academia, não adianta tentar ser outra pessoa porque quando você olha no espelho ainda é a mesma, ainda não vê a beleza que achava que tinha, só enxerga essa pessoa de olhos fundos, gorda, cabelos cacheados e desgrenhados, enxerga uma tristeza aparente apenas pra você, enxerga uma vida sem apego a belezas e pensa que isso é algo bom, tenta se enganar que deixou o apego em relação às aparências pra lá, talvez seja isso, mas junto com ele você morreu lentamente ante toda sujeira dos padrões sociais, você deixou que alguém te desse a alcunha de feia, estranha, esquisita, gorda e deixou de ver a beleza que via antes, hoje você olha no espelho esperando que ele não te reflita, esperando não ver-se, mas se vê e vê um vazio estranho nos olhos de quem um dia não se importou com as opiniões alheias.

23 de julho de 2016

Peso da 'beleza'


Me perco em insegurança e afundo-me em comentários soltos, sou toda incertezas, cega num cenário que não me cabe, se um dia fui certeza de beleza hoje sou a incerteza que sequer olha no espelho. Tenho afogado-me constantemente em olhares clínicos, em padrões que não me convém, não me encaixam. Eu! Que sempre fui o avesso do padrão, da tradicional beleza e isso me era motivo de orgulho, hoje nem sei para onde foi a beleza que eu via ou que você via. Ainda vês beleza aqui?
Minha tempestade interior não cessa, há sim alguns momentos de calmaria mas logo vem uma nuvem negra, novos julgamentos, novos padrões, novo comentários, novos olhares, novas velhas inseguranças.
A beleza é fruto de olhos atentos, que enxergam almas e não maquiagens, tentarei me convencer disso mais algumas vezes e então talvez não me incomode com comparações.